Flor de asfalto
Asfalto quente, ruas ferventes, transeuntes e carros passam à frente. Asfaltos cortam a cidade de pedra, na beirada prédios e casas, calçadas, entradas.
Tudo inanimado, tudo meticulosamente projetado sobre a prancheta de um engenheiro.
Mas às vezes vemos uma beleza não planejada, uma flor rica em beleza, cheia de vida. Começou pequena, começou através de uma semente que deu a sua vida para que o broto nascesse.
Em meio a selva de pedra do coração o amor nasce sem ao menos notarmos.
Algo cresce sem se perceber, algo brota e começa a crescer.
Todos querem estas histórias, todos querem ver a flor que nasce na beira do asfalfo do coração, todos querem as suas ruas e veredas arborizadas e ornamentadas pelas flores, todos querem ou pelo menos alguns o querem.
Existem os que não acreditam em tal fato e só entendem quando acontece e tem outros que não querem e arrancam com raiz tudo à beira do asfalto.
A vida é uma viagem pela estrada do coração, preste atenção à janela e olhe a paisagem, nem tudo são prédios e casas.
Existem flores.
Existem árvores.
Existem rosas.
Existem cravos.
Eu com certeza sou cravo, gentil na superfície e bruto em alguns casos.
A minha brutalidade é o meu ceticismo de falar sobre ele e ao mesmo tempo não acreditar.
Será que existe, será que nasceu e não vi, será que existe um broto?
Bom, só sei dizer uma coisa, apenas dirija e olhe pela janela, olhe a paisagem.
O ceticismo falso de quem diz que não acredita mas escreve sobre, não é lição para ninguém.
Um texto confuso entre os meandros do coração insensato do ser humano.
Um brinde aos que se dão o direito de acertar e errar, um brinde a vida, um brinde ao sorriso, um brinde a lágrima que escorre ao transbordar do coração.
Pode ser que um dia encontre uma flor à beirada do seu asfalto.
Aprecie a beleze pela janela da vida.
Viva.
Aprecie a doçura da Flor de Asfalto, ela está na beirada.
Autor: Anderson Ribeiro Sousa
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