Pós Guerra



Pós Guerra

"Tempo de amar e tempo de odiar, tempo de guerra e tempo de paz."
Eclesiastes 3:8

Existe um ditado...
"Coração do homem é terra que ninguém pisa."

Será?

Já fui um homem em guerra, no decorrer da vida nos munimos sem perceber de um grande aparato bélico. Sofismas, egoísmo, indiferença, apatia e muitos outros predicados se entrelaçam em nosso ser sem percebermos.

Nós criamos um campo minado em nosso próprio território, nosso coração, aquele que ninguém pisa, fica completamente dominado.
Quando estamos envolto de uma falsa paz que na verdade se traduz a uma zona de conformismo com o nosso eu, o nosso eu incompleto que pressupõe estar completo.

A guerra explode, basta uma pequena faísca ou pisar em uma mina terrestre e uma sequência de explosões são desencadeadas em nosso ser.

Olhamos envolta e vemos corpos, soldados feridos, uma multidão em desespero.
Quem nunca ficou aflito ao ponto de parecer que uma multidão grita em agonia dentro de si.

Quando menos percebemos a terra que ninguém pisava, nosso coração, foi tomada por medo, dúvida, desespero, raiva, ódio.
O que nunca imaginávamos aconteceu, a guerra eclodiu de forma a jogar tudo ao chão.
Combati com as minhas próprias mãos, saí ferido e muitas vezes dado como morto para em seguida ser ressuscitado pelos médicos.

Todo o território foi devastado, mas eu não percebia o que estava realmente ocorrendo.
Afinal de contas eu já me encontrava em guerra há anos e não percebia, não via.

Soldados infiltrados em ambos os lados, como se fossem anjos e demônios em uma luta acirrada pela minha alma.

Em um determinado momento meu ser se desconectou de mim mesmo, como uma espécie de coma, um coma da alma, assim como Deus tocou em adão para que o mesmo dormisse, pois à partir dele faria algo novo, ELE tocou a minha alma e eu adormeci em um coma profundo.

A guerra precisava cessar, a guerra precisava terminar, guerra não cria nada, não transforma nada, guerra se trata de atacar ou defender e no momento eu me atacava e não me defendia.

Quando saí do coma fiquei surpreso, pois as trincheiras da alma outrora abertas corriam águas, rios, o campo devastado deu lugar a jardins cuidados por um certo jardineiro, o terreno conquistado anteriormente possuía bandeiras de paz erigidas.
Prédios sendo reconstruídos, casas e vilarejos sendo erguidos, o ser humano é um mundo denro de si.

Enquanto estiver em guerra não haverá paz, enquanto houver guerra não haverá o NOVO.
A guerra dentro do ser precisa cessar, não pode ser ignorada, precisa ser travada do jeito certo, com a parceria certa.

Com Cristo.

O que não frutificava passa a frutificar...

E lá se foram 3 anos de uma grande batalha ao qual saí vencedor.
"E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi procurar nela fruto, não o achando. E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não o acho; corta-a. Por que ela ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; e, se der fruto, ficará; e, se não, depois a mandarás cortar.”

Lucas 13:6-9

Autor: Anderson Ribeiro Sousa

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